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    Ao longo do século XIX, o café atraiu um grande investimento nas exportações brasileiras e se tornou o esteio da economia nacional. Seu auge foi na província de São Paulo, que perdeu sua aparência colonial, por conta do forte dinamismo econômico decorrente da cafeicultura.

    Do mesmo modo que se modificaram as relações sociais, adotando-se progressivamente o trabalho livre, ocorreu uma acentuada imigração, o que fez com que as cidades se modernizassem, principalmente a capital. Consequentemente, a cidade de São Paulo foi capacitada para a industrialização, sendo a pioneira em investimentos maciços para garantir condições gerais de produção.

    A capital que, antes de 1870, era uma localidade com poucos moradores, teve que se adaptar para a chegada de imigrantes, os quais buscavam oportunidade de trabalho. Ocorreu abertura de novos bairros (nobres e de operários) e os cortiços que ocasionaram um perigo à saúde pública.

As moradias, principalmente aquelas vistas como fonte de doença, vícios, com as condições mínimas de habitabilidade, logo se tornaram as alternativas habitacionais para o trabalhador, pois, em geral, estavam próximas ao seu emprego¹ . É a partir da Primeira República que o Estado se volta a essas habitações precárias a fim de melhorar a qualidade urbana, inicialmente, por meio de vistorias e cadastramento dessas habitações. Após esse processo, o poder público solicitou reformas nas plantas arquitetônicas, conforto térmico e instalações sanitárias. 

    Desde o ano de 1886, essas dificuldades foram expostas na Câmara Estadual, utilizando os cortiços como objeto de discussão, sendo que, dentre estes o mais importante foi o Relatório da Comissão de Exame e Inspeção das Habitações Operárias e Cortiços em Santa Efigênia. Nesse relatório são encontradas diretrizes a serem tomadas quanto aos cortiços condenados, indicando as habitações, denominadas vilas operárias, como forma de substituição dessas moradias insalubres e precárias.

  ¹ Mesmo assim, devido à escassez dessas unidades, os aluguéis cobrados eram muito altos.

    Em vários bairros paulistanos existiu um grande desinteresse por parte do poder público, em especial os bairros da classe média.  A partir de 1880, o aumento populacional se tornou em um problema para as autoridades quando floresceram as atividades urbanas, visto que, a infraestrutura de abastecimento de água e de saneamento eram precários, além de haver muitos problemas relativos a questões de conforto e ventilação naquelas edificações existentes. Isso gerou preocupações com a possibilidade de surtos epidêmicos, como o da febre amarela, devido ao intenso fluxo de pessoas entre as cidades de Santos, Campinas e São Paulo.

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